terça-feira, 14 de agosto de 2012

Série Gestão de Riscos em Grandes Eventos - Lições de Londres 2012 – O desafio da gestão e integração


Amigos,

Londres amanheceu esta segunda feira com consenso, seus vários jornais destacaram o sucesso das Olimpíadas, tanto pelas 25 medalhas de ouro conquistadas pelo Team GB e comemorado por uma torcida presente e aguerrida, quanto pela resposta da cidade aos desafios de um evento deste porte.


Londres já era umas da cidades mais preparadas do mundo para receber os Jogos Olímpicos, o que já havia ocorrido em 1908 e 1948. Dentre os maiores desafios dos eventos de grande porte estão segurança, hospedagem, transportes, energia e telecomunicações, e nestes quesitos, a cidade já parecia bem preparada nestes quesitos, afinal os símbolos da cidade são o taxi, o ônibus, a logomarca do metrô (o mesmo há mais de cem anos), um relógio, as cabines telefônicas e a guarda da rainha. 
Uma visita ao museu do transporte mostra sua ligação com o desenvolvimento da cidade. Em uma das maquetes, o metrô a vapor (inaugurado em 1863) circula no  “underground” ao mesmo tempo que os cavalos e carruagens passam na superfície.


O que me surpreendeu nas Olimpíadas não foram os assuntos festejados nos  jornais, mas o alto nível de integração das diversas atividades providas por diferentes esferas de governo e pela iniciativa privada, por exemplo, sinalização, trânsito, transporte, voluntários, segurança, informações ao turista, estádios e locais de eventos, atendimento no comércio, transmissão, divulgação de resultados, eventos paralelos e organização geral. O evento e  cidade funcionaram em harmonia.

Temos acompanhado e apoiado várias ações para os grandes eventos que estão chegando no Brasil, e não tenho dúvidas que cada instituição cumprirá muito bem o seu papel, o grande desafio está na integração.

O principal aspecto da visão integrada está na experiência do turista/torcedor, que: chega ao aeroporto; passa pela imigração e alfândega; procura uma forma de ligar-se na internet; verifica como conectar-se aos plugues de energia elétrica; busca um transporte para seu hotel; hospeda-se; procura informações e agendas e, a partir daí, circula pela cidade, é atendido por serviços públicos e privados, vai aos eventos, até voltar para seu destino. O turista não avalia cada um dos aspectos, mas o “conjunto da obra”. Basta um mau atendimento para que a experiência vá por água abaixo. Olhando pelo viés da gestão de processos, o maior desafio não está nas atividades, mas nas interfaces.

Lembrando a definição de risco na ISO 31000 (“risco é o efeito da incerteza nos objetivos”), podemos considerar que a integração é a maior incerteza dos grandes eventos no Brasil, inclusive porque a integração depende de cada atividade que está sendo executada. Como os riscos devem ser considerados de forma positiva e negativa, a integração também é uma janela de oportunidade.

Os grandes eventos são formados por diversos interesses: da populacão, governo, atletas, turistas, organizadores, patrocinadores e prestadores de serviços. Nos próximos anos teremos no Brasil um terreno fértil para tratar governança, risco e compliance.

Montamos um centro de operações para acompanhamos as Olimpíadas de Londres, as ocorrências da cidade, o levantamento das lições aprendidas e a integração com as competições e os resultados.


 Estamos à disposição para trocar ideias sobre projetos em grandes eventos.

Aquele abraço,

FNery