Amigos,
Londres amanheceu esta segunda feira com consenso, seus vários jornais destacaram o sucesso das Olimpíadas, tanto pelas 25 medalhas de ouro conquistadas pelo Team GB e comemorado por uma torcida presente e aguerrida, quanto pela resposta da cidade aos desafios de um evento deste porte.
Londres já era umas da cidades mais preparadas do
mundo para receber os Jogos Olímpicos, o que já havia ocorrido em 1908 e 1948. Dentre os maiores desafios dos eventos de grande porte estão
segurança, hospedagem, transportes, energia e telecomunicações, e nestes
quesitos, a cidade já parecia bem preparada nestes quesitos, afinal os símbolos da cidade são o
taxi, o ônibus, a logomarca do metrô (o mesmo há mais de cem anos), um relógio, as cabines telefônicas
e a guarda da rainha.
Uma visita ao museu do transporte mostra sua ligação com
o desenvolvimento da cidade. Em uma das maquetes, o metrô a vapor (inaugurado em 1863) circula no
“underground” ao mesmo tempo que os cavalos e carruagens passam na superfície.
O que me surpreendeu nas Olimpíadas não foram os assuntos festejados
nos jornais, mas o alto nível de integração das
diversas atividades providas por diferentes esferas de governo e pela iniciativa
privada, por exemplo, sinalização, trânsito, transporte, voluntários, segurança,
informações ao turista, estádios e locais de eventos, atendimento no comércio, transmissão, divulgação de resultados, eventos paralelos e organização geral. O evento e cidade funcionaram em harmonia.
Temos acompanhado e apoiado várias ações para os grandes
eventos que estão chegando no Brasil, e não tenho dúvidas que cada instituição cumprirá muito
bem o seu papel, o grande desafio está na integração.
O principal aspecto da visão integrada está na experiência do turista/torcedor,
que: chega ao aeroporto; passa pela imigração e alfândega; procura uma forma de
ligar-se na internet; verifica como conectar-se aos plugues de energia
elétrica; busca um transporte para seu hotel; hospeda-se; procura informações e
agendas e, a partir daí, circula pela cidade, é atendido por serviços
públicos e privados, vai aos eventos, até voltar para seu destino. O turista
não avalia cada um dos aspectos, mas o “conjunto da obra”. Basta um mau
atendimento para que a experiência vá por água abaixo. Olhando pelo viés da
gestão de processos, o maior desafio não está nas atividades, mas nas
interfaces.
Lembrando a definição de risco na ISO 31000 (“risco é o
efeito da incerteza nos objetivos”), podemos considerar que a integração é a
maior incerteza dos grandes eventos no Brasil, inclusive porque a integração
depende de cada atividade que está sendo executada. Como os riscos devem ser
considerados de forma positiva e negativa, a integração também é uma janela de
oportunidade.
Os grandes eventos são formados por diversos interesses: da
populacão, governo, atletas, turistas, organizadores, patrocinadores e prestadores
de serviços. Nos próximos anos teremos no Brasil um terreno fértil para tratar
governança, risco e compliance.
Montamos um centro de operações para acompanhamos as
Olimpíadas de Londres, as ocorrências da cidade, o levantamento das lições
aprendidas e a integração com as competições e os resultados.
Estamos à disposição para trocar ideias sobre projetos em
grandes eventos.
Aquele abraço,
FNery