quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Jobs deixa a inspiração...

Um pouco sobre Steve Jobs. Parece que perdemos alguém da família, nos últimos anos ele foi onipresente.


Sempre o admirei, ele sabia fazer as pessoas amar a tecnologia, e a palavra amor estava sempre em suas apresentações.

Assim que entrei na faculdade estava curioso com um tal de Apple II, um computador bonito, com monitor colorido, que era fácil de abrir e ver o que tinha dentro; aprendi o seu Assembly 6502, que permitia coisas incríveis, como acelerar e frear o disquete, era divertido e inspirador.

Ele sempre nos surpreendeu: Apple II, Mouse, Macintosh, Pixar, iPod, iTunes, iPhone, iPad, ...

Tenho em meu computador todos os vídeos de suas palestras após o retorno à Apple. Foi o melhor dos palestrantes. Mesmo com sua grande capacidade, ele se preparava por 90 horas antes de cada palestra e ainda tinha umas anotações no bolso, após ver o vídeo pela terceira vez, é possível notar este tipo de coisa. Lição de humildade: se o Jobs se prepara, porque eu iria a uma palestra sem me preparar?

Leonardo da Vinci disse que "a simplicidade é a sofisticação suprema" e ele conseguiu colocar isso em prática. Fez o iPhone, que tem 200 patentes, simples e que vem na caixa sem manual.

Ele foi nossos olhos, ouvidos e sentimentos, soube ler nossas mentes e decifrar nossos desejos tecnológicos, fez uma grande revolução: quando o mundo estava lotado de tocadores de mp3 "made in china", lançou o iPod que todos diziam não fazer sentido pois o mercado de tocadores de mp3. Transformou o iPod em iPhone e o iPhone em iPad, nos deixou tendo levando sua empresa ao topo, a maior do mundo. Esta evolução tinha limite? Jobs aumentou a velocidade do desenvolvimento tecnológico, lançou novidades em frequência recorde, e nos fez querer cada vez mais. Ele viabilizou a democratização da tecnologia a partir do momento que popularizou os smartphones e trouxe na sua cola as redes sociais. Até onde ele nos levaria?

Eu sempre disse que o comprador da Apple é na verdade um vendedor, pois ele quer mostrar o produto aos outros e discutir que é o melhor.

Era o chairman e o CEO da Apple; quem no mercado e no mundo das melhores práticas de Governança Corporativa ia dizer que isso não dá certo? Pode não dar certo em 99,9999% do mercado, mas na Apple deu. Gostava de talentos, tinha no seu conselho de administração o Al Gore e a Andrea Jung, presidente mundial da Avon.

Chamá-lo de genial é promover o gênio, ele era discreto, tímido, budista, vegetariano e foi derrubado pelo câncer. É o mistério da vida.

Nos inspirou em muitas coisas: trabalhar duro, foco, visão do cliente, amar o produto, atenção aos detalhes, insatisfação constante, perfeição até o limite da viabilidade, acreditar nos seus propósitos, rir de si mesmo, ...

Vou terminar por aqui, poderia ficar o dia todo falando dele. A wired fez um excelente "post mortem" dele, com direito a um vídeo com um resumo de seus espetáculos. Vale também ver e mostrar aos filhos a palestra dele em Stanford, que emociona cada vez que vejo, ali ele fala da inspiração suprema: "ligar os pontos", se existe lição de vida, esta é uma delas.

Vai Jobs, fica a inspiração.

Aquele abraço,

FNery

Um comentário:

  1. Mais do um gênio, Jobs foi um alquimista. Ele aperfeiçoava e popularizava o que já havia sido criado e recriava "velhas" idéias com "novos" produtos (muitos, sim, revolucionários, no sentido de que se tornavam utilizáveis, conhecidos e "massificados"/popularizados). Isso não diminui ou deprecia sua importância e influência na evolução tecnológica da história da humanidade; só muda o ponto de vista que o define.

    Sua história de vida, sua crença e paixão pelo que fazia e sua coragem de assumir tantos riscos (tanto pessoais quanto profissionais) é que, em minha opinião, o destacam da maioria de nós. Ou seja, Steve foi muito mais como ser humano -- mas não tão menos como um homem de negócios (ou qualquer outra definição que se encaixe).

    Sua vida e sua obra (e, por "sua obra", inclua-se os devidos créditos de todas as outras empresas anteriores à Apple, gurus e geeks visionários e funcionários que lhe inspiraram e transubstanciaram seus "devaneios tecnológicos" em produtos reais e fantásticos) sem dúvida fizeram a diferença. Porque, sobretudo, para aqueles mais atentos ele provou, novamente, que "reiventar a roda" não somente é possível, como é o caminho a ser seguido. Mesmo com todos os riscos envolvidos. E ele foi corajoso o suficiente para assumi-los. E todos vencemos.

    Belo artigo. Forte abraço!

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